segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA
IDECC-UVA
DISCIPLINA : SEMINÁRIO DE APERFEIÇOAMENTO EM LIDERANÇA
Texto para reflexão (17/10/2011)
Analise o artigo abaixo, de autoria do administrador Marcio Roberto Bueno de Camargo, publicado no site www.timaster.com.br.
Comente o artigo. (mínimo 15 linhas)

Os búfalos e a liderança
Sim, podemos aprender com os animais. Por isso quero apresentar o líder-búfalo. Conta-se que na América do Norte foram dizimadas manadas inteiras de búfalos pelos primeiros colonizadores que conseguiram entender a estrutura organizacional vigente nestas manadas. Nelas, o líder - que geralmente era um dos mais fortes - dirigia todo o grupo, que por sua vez, seguia-o até as últimas conseqüências, sem questionamentos, sem espaço para os “rebeldes”, sem discussão ou longas reuniões estratégicas.
Animais tão fortes, tão grandes, mas sem nenhum senso individual de direção. O que o líder decidia estava decidido e pronto. Por isso foi tão fácil eliminá-los. Bastava matar o líder da manada que os outros búfalos ficavam sem direção, sem caminho a seguir, absolutamente perdidos.
No mundo corporativo, ainda observamos muitos líderes-búfalos. Líderes que não compartilham a visão, líderes que galgaram altos postos por serem “brutamontes profissionais” passando por cima de tudo e de todos para alcançar seus objetivos. Líderes que, utilizando o poder ao invés da autoridade, fazem as pessoas o seguirem.
Converse com pessoas que participam das equipes lideradas pelos búfalos e pergunte sobre a visão que as move, sobre as perspectivas estratégicas norteadoras de seu trabalho e você verá que elas simplesmente não têm estas informações. Elas são obrigadas a seguirem seu líder para onde ele for, sem questionamentos, sem sugestões de novos caminhos.
Para identificar líderes-búfalos é muito fácil, converse com alguns gestores e pergunte-lhes sobre seu último período de férias. Certamente eles lhe dirão que há muito tempo não sabem o que são umas boas férias, até porque se saírem em férias as coisas na empresa não funcionarão, ninguém saberá o que fazer, as pessoas ficarão perdidas.
Pergunte-lhes também sobre quanto tempo passam com suas famílias e certamente lhe dirão que muito pouco, pois trabalham o dia todo para que as “engrenagens funcionem perfeitamente”.
Para confirmar sua suspeita, sugiro que você questione o líder sobre a preparação dos novos líderes, sobre quem na equipe está sendo formado para ocupar a liderança, caso este líder resolva sair da empresa. Há uma grande possibilidade de que a resposta seja simples e direta: ninguém.
Esta é mais uma característica do líder-búfalo: ele se julga indispensável para o bom funcionamento da empresa ou do seu setor e por isso não treina outros, não promove capacitação, não ajuda pessoas a crescerem, não desafia seus liderados, não dá liberdade para que façam do seu jeito, acha que se as coisas devem sair a contento, ele, o grande líder, deverá fazê-las pessoalmente.
Outra característica interessante dos búfalos é que, apesar de seu tamanho, de sua força e de sua “cara de mal” são facilmente domesticados. Aceitam o jogo imposto pelos seres humanos sem reclamar. Quantos líderes são subjugados pelos seus gestores, aceitando tudo que lhes é imposto sem questionamentos?
Há muito tempo atrás o mercado buscava líderes-búfalo, procurava pessoas que deixando sua família, seus sentimentos e sua individualidade, pudessem levar adiante os objetivos da empresa, lutando e derrubando tudo à sua frente. Líderes que faziam o que era necessário sem questionar, que obrigavam os liderados a segui-lo, ainda que não soubessem para onde estivessem indo.
Quero lhe contar um segredo: os paradigmas mudaram, a história da liderança mudou e as vagas para líderes-búfalo estão diminuindo a cada dia.
As empresas perceberam que precisam mais que profissionais búfalos ou tratores nos seus quadros. Necessitam de pessoas que acreditem em valores e no ser humano, de profissionais críticos que possam apresentar novas visões para os problemas do dia-a-dia.

O mercado está à caça de gestores que se preocupem com o sucesso de toda a equipe acima do seu próprio sucesso, líderes que compartilhem a missão e visão da instituição, que respeitem a individualidade e o senso crítico de seus liderados.
As empresas buscam cada vez mais líderes-servos, ou seja, pessoas que apresentam uma enorme força de vontade aliada à incrível capacidade de humildade. Líderes que entenderam as diferenças entre autoridade e poder.
E neste mercado, os profissionais-búfalo que não atualizarem suas práticas de gestão, sofrerão as conseqüências advindas da extinção da espécie.