Para obtermos conhecimento e posteriormente aprendermos a admnistrá-lo, devemos dispor de tempo.
O texto abaixo nos conduz a reflexão sobre algo que estamos acostumados a propagar que não temos, sem sequer percebermos, que nunca o tivemos.
O TEMPO
Por: Thais Cadorim
Você já parou para pensar que existe um carrasco chamado tempo? Ele é algoz, desumano, cruel e definitivo.
Estive refletindo a respeito de como usamos o tempo, e no número de vezes que repetimos a frase “não tenho tempo”. Mas a pergunta chave não é “quando terei mais tempo” e sim “quanto tempo mais terei”.
Deixamos projetos pessoais de lado: “Casar, só daqui a uns três anos”, “Não queremos filhos agora”, “Não vou fazer faculdade neste ano”. É claro que a vida precisa de planejamento, mas será que dará tempo de concluir esses projetos?
Negligenciamos o tempo com relação à saúde. Deixamos para ir ao médico apenas quando a manutenção é corretiva, para a preventiva damos pouca importância. Marcamos o check-up para as férias, a dieta para depois do feriado, a caminhada para segunda. Mas será que nossas engrenagens vão esperar?
E a dificuldade que temos em nos reconciliar? Seja com um familiar, amigo ou colega de trabalho que por ventura tenha nos magoado. Às vezes carregamos uma mágoa por tantos anos que no final, nem sabemos mais como a briga começou. Será que teremos tempo pra dizer tudo o que precisa ser dito?
Quantas viagens ficaram para o próximo ano? Aquelas férias maravilhosas, a visita aos parentes de longe que sempre prometemos, mas nunca vamos. A viagem dos sonhos, conhecer a neve, um cruzeiro.
E as roupas e perfumes que compramos para uma ocasião especial? Algumas dessas coisas guardamos por tanto tempo que quando percebemos, nem nos servem mais, saíram de moda ou não fazem mais nosso estilo. E os presentes que ganhamos e nunca abrimos?
Vejo também pessoas que protelam compromissos, sejam reuniões, pagamentos de dívidas, reclamações de consumidor, trocas, devoluções, arquivos. Postergam tanto que a ação perde até o sentido. As datas expiram, o prazo acaba e o conformismo vem.
Conheci profissionais de gestão que gostam de viver a emoção da véspera da auditoria: Trabalham até tarde, no sábado, domingo e feriado, ficam sem dormir, emagrecem. Aí vem a auditoria, depois à vida volta ao normal, mesmo sabendo que depois de seis meses, passarão por tudo novamente. Esses sim “sofrem auditorias”.
Com essa minha reflexão, pensei num plano para aproveitar melhor o tempo:
1 – Para ter mais tempo é preciso saber o que é realmente importante. É preciso priorizar.
2 – Dar mais atenção aos projetos pessoais. Ganhar dinheiro é fundamental, mas não é tudo. Socializar, aprender, passar mais tempo com a família, ouvir os mais velhos, curtir as crianças, o tempo também passará para eles.
3 – Cuidar da saúde física e mental, agora. Encontrar tempo para dormir, para comer, para viver. Como é que você pode cuidar dos outros se não consegue fazer isso consigo mesmo?
4 – Exercer o perdão, sem medo. Pensar em cada mágoa como uma grande e pesada pedra, quanto mais rápido se livrar delas, mais leve será a caminhada.
5 – Viajar mais. Nem que seja para um acampamento do outro lado da cidade. Conhecer pessoas, sair do contexto e relaxar.
6 – Usar tudo o que comprar ou ganhar, sem essa de ocasião especial. Todos os dias podem ser ocasiões especiais, é só querer.
7 – Honrar os compromissos. Só prometer aquilo que realmente pode cumprir, seguir à risca a agenda. A sua consciência ficará bem mais tranqüila.
8 – Trabalhar todos os dias do ano como se fosse a véspera da auditoria. Documentos em dia, assinaturas, registros em ordem, tudo identificado, planos de ação monitorados. Assim você passará por auditorias ao invés de “sofrê-las”.
Não podemos mudar o que já vivemos, mas sempre há meios de fazer do presente um acontecimento único, especial. Um dia de cada vez, é preciso achar tempo para todas as coisas que são importantes: Administrar carreira, amigos, família, saúde, lazer… Não sabemos o dia em que o tempo acabará para nós.