Estamos estudando responsabilidade ambiental, e o que percebemos é a falta de comprometimento de muitos gestores públicos e empresários com a causa. Recentemente uma grande empresa foi alvo de uma severa campanha nas redes sociais por falta de sensibilidade ambiental.
Leitura do case Arezzo: uma somatória de erros
Por Carol Twy
Segunda-feira de manhã uma marca começou a ganhar destaque nos trending topics do Twitter e rapidamente passou a figurar em primeiro lugar na lista dos assuntos mais comentados na rede social de microblogs. Estamos falando da Arezzo – marca muito famosa de bolsas, calçados e acessórios – que acabou de lançar sua nova coleção intitulada “Pelemania”- uma referência à utilização de peles de animais na confecção dos novos produtos.
A Arezzo foi parar nos trending topics em função das críticas ferrenhas dos consumidores após o lançamento da coleção, que provocou a revolta e indignação não só de ambientalistas e simpatizantes, mas da maioria dos usuários da rede, tomando proporções possivelmente nem sequer imaginadas pela empresa. Em pouquíssimo tempo a rede social Twitter já estava abarrotada de comentários com a hashtag #Arezzo. Na web e no Facebook, circulavam vídeos e imagens de protesto relacionando a nova coleção da Arezzo à crueldade imposta aos animais para a obtenção de suas peles. A página criada para reunir usuários indignados já conta com um número de fãs quase igual ao da página oficial da empresa. E, para piorar, a página oficial está inundada de links e publicações negativas.
Segunda-feira de manhã uma marca começou a ganhar destaque nos trending topics do Twitter e rapidamente passou a figurar em primeiro lugar na lista dos assuntos mais comentados na rede social de microblogs. Estamos falando da Arezzo – marca muito famosa de bolsas, calçados e acessórios – que acabou de lançar sua nova coleção intitulada “Pelemania”- uma referência à utilização de peles de animais na confecção dos novos produtos.
A Arezzo foi parar nos trending topics em função das críticas ferrenhas dos consumidores após o lançamento da coleção, que provocou a revolta e indignação não só de ambientalistas e simpatizantes, mas da maioria dos usuários da rede, tomando proporções possivelmente nem sequer imaginadas pela empresa. Em pouquíssimo tempo a rede social Twitter já estava abarrotada de comentários com a hashtag #Arezzo. Na web e no Facebook, circulavam vídeos e imagens de protesto relacionando a nova coleção da Arezzo à crueldade imposta aos animais para a obtenção de suas peles. A página criada para reunir usuários indignados já conta com um número de fãs quase igual ao da página oficial da empresa. E, para piorar, a página oficial está inundada de links e publicações negativas.
No mesmo dia a empresa divulgou uma nota (confira no fim do post) informando que iria retirar dessa coleção, em respeito aos consumidores que se manifestaram contrariamente à coleção, os produtos que utilizam peles de animais. Além disso, a Arezzo passou a excluir os comentários negativos postados em sua página no Facebook – o que gerou ainda mais revolta nos internautas. Porém quando você “curtia” algum comentário, era possível postar novos comentários negativos em cima de outros comentários negativos. Foi um erro atrás do outro.
Em entrevista ao MODASPO, o presidente da Arezzo reconheceu que a pele não era o foco da empresa e que, com essa campanha, tentaram seguir as tendências mundias da moda. Comentou que, após a repercussão extremamente negativa, além de retirar as peças do mercado, a Arezzo não pretende mais atuar no mercado de peles.
Diante disso tudo uma dúvida fica no ar: onde o pessoal de marketing da Arezzo estava com a cabeça? Alô Arezzo, estamos em 2011! Estamos em um momento onde se discute quase que diariamente os impactos negativos da ação humana sobre o planeta, os direitos dos animais estão sendo cada vez mais observados e o homem está tomando consciência do seu papel nesse contexto.
É claro que como em toda polêmica, há opiniões contraditórias. Ao mesmo tempo em que as críticas e manifestações de repúdio à marca se multiplicavam nas redes sociais, muitas pessoas passaram a questionar essas posições com declarações como “agora todo mundo é ativista da WWF”, ou ainda “não entendo porque tanta revolta, como se no seu prato não tivesse carne todos os dias”, julgando como hipócritas as manifestações contrárias à Arezzo.
É óbvio que há um efeito dominó nesse caso. Se a maior parte da sua timeline está indignada com a nova coleção da Arezzo, mesmo que você nunca tenha pensado sobre o sofrimento dos animais possivelmente também será “contagiado” pela imensa massa de opiniões negativas e mensagens apelativas veiculadas por seus amigos e conhecidos, sendo impactado a agir conforme a maioria:.“não compro mais Arezzo depois dessa!”.
No entanto, grande parte dessas pessoas daqui a uma semana já não se lembrará mais do ocorrido porque não estava genuinamente envolvida com a questão. Porém, muitas daquelas que de alguma maneira se sentiram “tocadas” possivelmente jamais voltarão a comprar produtos dessa marca.
Do ponto de vista do marketing, podemos fazer diversas considerações sobre esse case que, na minha opinião, pode ser visto como um somatório de erros. Em primeiro lugar, não se pode deixar de perceber uma falha de planejamento. Isso fica muito claro na declaração do presidente: “as peças de pele foram usadas nas lojas mais para uma composição do visual de merchandising, para transmitir essa tendência mundial de uso de peles e contextualizar a Arezzo dentro das tendências de moda”. E, ainda: “se imaginássemos que seria assim não teríamos feito a coleção.”
Essas declarações deixam transparecer a ideia de que a Arezzo lançou uma estratégia no escuro, sem pesquisa prévia e sem tentar prever a reação dos consumidores – um erro que pode ser fatal. Outro erro gravíssimo ocorreu após a veiculação da campanha e repercussão negativa por parte dos consumidores. Ao apagar os comentários dos usuários nas redes, a Arezzo provocou ainda mais a ira dos usuários. Atitudes como esta apenas reforçam a ideia de uma empresa nada preocupada com a opinião de seus clientes. Não entre em uma queda de braço com os usuários; eles sempre são a maioria.
Do ponto de vista humano – e aqui me reservo o direito de expressar a minha opinião sobre o assunto – o case Arezzo nos faz refletir sobre a condição humana e a mudança de paradigma que estamos vendo ocorrer diante dos nossos olhos. Mesmo considerando o “efeito dominó” das reações observadas, ainda assim fico feliz em perceber que estamos vivendo um novo momento, um momento em que as empresas não tem mais o controle total e absoluto e onde os consumidores tem, sim, voz e vez e, principalmente, onde as pessoas estão, sim, criando uma nova consciência, mais responsável, mais comprometida, mais informada e, especialmente, mais humana!
(Fonte: artigo publicado no site WWW.adcompress.com.br )