domingo, 1 de maio de 2011

APROVEITE O DOMINGO PARA SABER DIREITO


Aproveito a oportunidade em que comemoramos o dia do trabalhador, para convidá-los a refletir sobre um tema relativamente novo, fruto de uma conversa minha com um amigo, professor da rede pública estadual de ensino, que está atravessando um problema de forma solitária em seu trabalho.

BULLYING  CONTRA  PROFESSORES

Atos de violência física ou psicológica, repetidas e intencionais, praticado por um indivíduo ou por um grupo de indivíduos, podem gerar mais violência, além de deixar seqüelas irreparáveis para a vítima, que nem sempre é um aluno.
                      
Muito se fala do bullying  nas escolas e universidades, quando o violentado é o aluno. Mas, e quando a violência é praticada contra o professor? Estudos apontam que o bullyng contra o educador tem crescido assustadoramente nos últimos anos, contudo o assunto ainda é pouco explorado pela mídia.

Cresce a cada dia o número de professores que são violentados, na acepção mais ampla do termo por alunos, pais e gestores escolares, que insistem em ignorar o real papel do mestre no processo de aprendizagem.

No Ceará, a poucos dias atrás, soubemos que, dos aprovados no ultimo concurso público para o magistério estadual, mais de 20 % pediram demissão por vários fatores, e que  dentre os fatores de maior destaque estava a insegurança dos professores.

O problema é muito mais grave do que pensamos, pois quando o bullying é praticado contra o professor, este acaba não tendo a quem recorrer. Os gestores não querem se comprometer. Os alunos, algumas vezes, são coniventes com a violência; e os demais professores, com receio de represarias, nada fazem para auxiliar o educador violentado. Acaba sendo gerado um clima de acomodação e de perpetuação do problema.

A violência física ou psicológica, repetida e intencional contra o professor acaba sendo tratado como casos isolados, impossibilitando assim que sequer seja construído um banco de dados estatísticos, para análise dos dados e adoção de medidas corretivas capazes de minimizar o problema.

Os violentados acabam por trilhar pelo solitário caminho do registro de um Boletim de Ocorrência, que se acumulará a outros milhares que acabam empilhados nas esquecidas delegacias, isso quando não se perderem para sempre na escuridão do novo mundo virtual.

O acúmulo de papeis nas delegacias e na justiça incomoda a todos, mas pior que as prateleiras repletas de processos ou inquéritos, é termos consciência de que o processo de virtualização, tornou a morosidade e a ineficiência estatal  invisíveis a sociedade.

Devemos erguer a bandeira do combate à prática perversa do bullying nas escolas e universidades, não apenas quando cometidas contra os alunos. Devemos de igual forma adotar uma postura combativa, quando dirigida aos professores. Afinal de contas devemos a este trabalhador a missão silenciosa e discreta de formar a sociedade do amanhã.