quinta-feira, 10 de março de 2011

A7/b - Psicologia Aplicada

A7/b- Texto para reflexão (10/03/2011):


ESTAMOS CONSTRUINDO UMA SOCIEDADE PSICOPATA?

FALA-SE MUITO EM PSICOPATIA, PESSOAS PSICOPATAS, PORÉM NEM SEMPRE O TERMO VEM SENDO USADO CORRETAMENTE.

Psicopatia não é doença, nem pode ser tratada, como no caso de psicóticos, por exemplo. Psicose é doença, psicopatia é alteração de conduta. São refratários a tratamento e ao contrário de que muitos acreditam, não têm cura. Já nascem psicopatas e assim prosseguem por toda sua existência. Desde muito pequenos já apresentam comportamento delinquente.

QUEM SÃO

São pessoas desprovidas de consciência, de sentimento, isto é, são incapazes de se colocar no lugar do outro. Desprovidos de culpa, costumam culpar os outros pelos seus delitos, não sentem remorso, não toleram frustração, enfurecendo-se quando não atendidos, insensíveis e são desprovidos de emoção.
Possuem olhar frio e ameaçador altamente manipuladores e sedutores além de inteligentes. Possuem a sexualidade exacerbada confundindo amor com excitação sexual, crueldade com requinte de detalhes, amorais.

AMOR

Não sabem amar, são muito calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, são pessoas que visam apenas seu próprio benefício. São incapazes de estabelecer vínculos afetivos verdadeiros, apenas fingem com intuito de alcançar determinado fim. Sugam a energia emocional das pessoas com quem se relacionam para atingir seus objetivos, levando-as á destruição (emocional ou material). São pessoas imensamente perigosas, muito difíceis de serem diagnosticadas.Até mesmo profissionais que atuam nessa área (psiquiatria) têm grande dificuldade para detectá-los, tamanha suas habilidades em representar. Apenas um teste (HARE) é capaz de identificá-los com maior precisão, mas infelizmente só é possível ser aplicado num grupo muito restrito, os que cometeram delito grave, como assassinato, por estarem já reclusos à uma penitenciária.Enquanto isso os demais convivem muito bem nessa sociedade que os deixa cada vez mais a vontade.

VALORES

Nossa sociedade vem contribuindo para a inversão de valores morais, deixando-nos muitas vezes confusos com o que é “normal” e o que é correto. Incentivamos a cultura da “esperteza”, onde os fins justificam os meios. Os tempos atuais reforçam o individualismo, onde o indivíduo busca apenas usufruir, sem se importar com os demais. Somos “obrigados” a ser felizes, custando o que custar a quem quer que seja. Qualquer atitude que leve á satisfação de desejos causando bem estar é válida e inquestionável.
As pessoas perderam seu valor próprio, não interessa mais o ser e o saber. Só o “TER”. E ter muito para poder exibir: dinheiro, beleza, sucesso. Tem que ser invejado para ser admirado e respeitado.
Todo nosso desenvolvimento econômico vem se fundamentando na errônea idéia de que precisamos estar sempre em ritmo acelerado, sempre conquistando mais, descobrindo mais. As satisfações duram pouco tempo lembrando que há sempre um “novo” a ser experimentado (relacionamento, trabalho, bens materiais).
Ser honesto, responsável e sincero passou a ser sinônimo de “otário“ e “fácil presa” a ser abatida. Tudo isso favorece o estilo de vida do psicopata.
As virtudes perderam seu valor, sua força. Então como estabelecer a ética numa sociedade que reforça as escolhas individualistas?
Qual a responsabilidade das famílias e das escolas diante desse cenário aonde a violência física e moral vem se alastrando?
Como educamos nossos filhos, qual o legado que queremos deixar para nossos filhos?
Sem dúvida, a responsabilidade é de todos nós!

Adriana Rebello Querido Borrelli - Psicóloga Clínica em São Paulo (publicado no site http://www.revistanine.com.br/)