sábado, 14 de maio de 2011

APROVEITE O DOMINGO PARA SABER DIREITO

Nesta semana encontrei  um amigo que tinha sido companheiro de movimento estudantil e que hoje estava integrando uma ONG com atuação no município de Fortaleza.

Após uma boa conversa percebemos a grande transformação que o terceiro setor atravessou, e chegamos a triste constatação que muitas entidades que atuam em defesa do social, atuam na realidade, em defesa de interesses políticos.

Assim, refleti e resolvi escrever o artigo abaixo, que partilho com todos para uma breve reflexão.

Pilantropia Social  

A alarmante desigualdade social e a falência Estatal contribuiram para o surgimento,  com maior intensidade na década de 80, de um profundo debate social acerca da necessidade de cada cidadão contribuir com sua quota de responsabilidade social para amenizar as mazelas sociais existentes.

Percebemos que naquela época, a voracidade do capitalismo despertou na sociedade uma indignação motivada pelo fato da existência de uma desigualdade social marcada pela indiferença, pelo descaso e pela apatia.

Naquela época também começamos a peceber o quanto corroído estava o poder público que mesmo tendo todas as condições de minimizar os principais problemas sociais, muitas vezes se preocupava apenas com as peripécias de seus gestores.

Nasceu, nesta circunstância, as entidades que conhecemos como integrantes do terceiro setor - as organizações não governamentais, que passaram a agir em substituição ao Estado, em atendimento a grande demanda social existente.

O tempo passou. E o Estado ainda enfraquecido, poído em sua legitimidade, percebeu que as organizações sociais possuiam melhor aceitação social; e passou a injetar recursos públicos em entidades que agiam sem ser o governo, intituladas não governamentais, praticando atos típicos do Poder Público, que por ineficiência, incompetência ou mesmo displicência não concretizava suas atribuições.

E o tempo continuou a passar. Hoje, a sociedade ainda percebe que a desigualdade ainda está tatuada nitidamente em nosso tecido social. E mais do que nunca, o Poder Público atravessa uma crise nunca antes vista, de legitimidade social.

A diferença de ontem para hoje é que as organizações não governamentais, a cada dia estão mais governamentais, dirigidas por representantes ligados ao governo que disfarçando-se de membros da sociedade civil, nada mais praticam, que atos meramente politiqueiros, e não políticos, com o fim esclusivo de beneficiar estruturas do poder que não podem aparecer explicitamente, devido ao acentuado grau de desgaste público.

Nasce então agora, a pilantropia , que nada mais é que a prática ilícita de pilantras, que disfarçados de dirigentes do terceiro setor nada mais fazem que negociar votos por intermédio de atos que são publicizados como sendo de filantropia quando na verdade são atos de pilantropia.

Não nos esqueçamos que muitas vezes o lobo se veste de cordeiro.

Acorde!