A12/b – Texto para reflexão (11/05/2011)
Faltam duas aulas para terminar nossa disciplina, e aproveitaremos o momento para refletir sobre como uma gestão de qualidade pode melhorar a eficiência na prestação do serviço prestado, seja no setor privado, ou público.
O artigo abaixo demonstra como a adoção de medidas adequadas pode atingir objetivos de difícil alcance,como por exemplo a recuperação de detentos. Afinal de contas como, bem afirmou, o responsável pelo sistema penitenciário austríaco : “Todos os presos que passam por aqui, sem exceção, se reintegram mais facilmente à sociedade. Por isso nosso lema é 'respeito em troca de respeito'. Se os tratarmos feito animais, um dia soltaremos animais”.
Pena que nossa realidade é diametralmente oposta, afinal de contas não dedicamos atenção para prestação de serviços de qualidade em nenhuma das esferas, seja ela privada ou publica.
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Prisão de luxo austríaca oferece TV e frigobar nas celas
Presos comuns ainda têm biblioteca, academia e ginásio de esportes.
Sistema prega 'punição sem humilhação' para recuperar infratores.
Sistema prega 'punição sem humilhação' para recuperar infratores.
O governo da Áustria apostou em um projeto polêmico para recuperar presidiários de todo o tipo e garante que está dando certo: o presídio de luxo. O Centro Penitenciário de Leoben é a mais moderna e luxuosa cadeia do mundo.
Nele há uma biblioteca com 30 mil livros em mais de 20 línguas, academia de ginástica com equipamentos modernos, ginásio de esportes com piso de madeira envernizada, sala recreativa com várias mesas de jogos, entre outras regalias. Tudo isso e muito mais no alto de uma colina que fica coberta de neve no inverno na Áustria.
Parece um belo hotel cinco estrelas, mas tem alguns detalhes que os diferem. Os muros são de concreto e têm 20 metros de altura. Sobre eles, rolos de arame farpado. Por todo lado, há câmeras de vigilância e guardas de olho 24 horas por dia.
O Centro Penitenciário de Leoben nasceu baseado no lema de “Punir sem humilhar”. A idéia das autoridades austríacas é tratar os presos com respeito para que eles possam retribuir na mesma moeda dentro dela e, principalmente, do lado de fora, quando voltarem à liberdade.
O chefe do sistema penitenciário austríaco explica: “Todos os presos que passam por aqui, sem exceção, se reintegram mais facilmente à sociedade. Por isso nosso lema é 'respeito em troca de respeito'. Se os tratarmos feito animais, um dia soltaremos animais”.
As celas mais parecem apartamentos, com TV, frigobar, cama arrumada e sistema de aquecimento central. Os detentos até recebem aulas de música. Um rapaz, preso por tráfico de drogas, reconhece: “prestar contas com a justiça aqui é outra coisa”.
As celas mais parecem apartamentos, com TV, frigobar, cama arrumada e sistema de aquecimento central. Os detentos até recebem aulas de música. Um rapaz, preso por tráfico de drogas, reconhece: “prestar contas com a justiça aqui é outra coisa”.
Mas o diretor vai logo avisando que a vida dos presos não é fácil. “Isso é uma prisão, aqui eles estão sem liberdade. Nisso, nossa cadeia não difere das outras. A diferença é que aqui não temos casos de agressões, rebeliões, nada disso”.
As visitas, por exemplo, são totalmente vigiadas. Em uma sala, o advogado conversa com seu cliente, e em outra, funcionários do sistema judiciário austríaco monitoram tudo, até o áudio.
Uma agente explica que as conversas só podem durar 30 minutos e o próprio computador corta a comunicação entre o preso, que fica de um lado de um vidro, e os parentes, do outro lado. Portanto, não tem prorrogação. E se ela ouvir qualquer coisa que possa parecer ilegal, basta apertar um botão e a conversa está encerrada.
Somente presos com histórico de bom comportamento podem receber visitas íntimas. Nesse caso, há mordomia: a suíte tem até forno de micro-ondas. E pra não quebrar o clima do casal, em vez de grades, aqui as janelas tem vidros a prova de fugas. Se o casal tiver filhos pequenos, eles podem brincar na sala ao lado. “Eu reconheço que se trata de uma prisão especial”, diz um presidiário, “mas eu prefiro a liberdade”.
O preso explica que toda essa mordomia de Leoben não sai de graça. Ele mesmo trabalha no restaurante dos guardas da prisão. E todos os outros detentos também trabalham e pagam, como se fosse em um hotel, para estar no local. A maioria monta produtos eletrônicos para uma das empresas locais que patrocinam a prisão. Outros presos recolhem a neve, cuidam da limpeza, e assim por diante.
“É claro que no Brasil também daria certo”, garante o diretor. “Mas não dá para sair de um sistema penal arcaico diretamente para algo assim. Os presos, certamente, não absorveriam isso como algo a ser respeitado. É preciso mudar aos poucos, como estamos fazendo na Áustria.”
Funcionando há 2 anos, o Centro Penitenciário de Leoben passou no teste. Agora o governo austríaco já pensa em aplicar as mesmas mudanças nas outras prisões do país.
( fonte site: WWW.G1.globo.com em 01/02/2009)